Directório Económico da Cova da Beira

“Um dia histórico para a Cova Da Beira”

Está assinado o protocolo de cooperação que cria o Directório Económico da Cova da Beira (DECOBE). O documento foi subscrito pelos presidentes das Câmaras de Belmonte, Covilhã e Penamacor, vice-presidente da câmara municipal do Fundão, o presidente da direcção da Associação Comercial e Industrial do concelho do Fundão e pelo presidente da Comissão Executiva da Associação Empresarial dos concelhos de Covilhã, Belmonte e Penamacor.
A câmara municipal de Belmonte foi o local escolhido para a cerimónia de assinatura do protocolo de cooperação que senta à mesma quatro câmaras municipais e duas associações empresariais.
“Acredito que se todos dermos as mãos podemos hoje começar a fazer história na Cova da Beira. O grande desafio está do lado das associações que sei estarem assumir com gosto este projecto. Contem connosco, estamos disponíveis e poderá fazer um trabalho excelente em prol dos interesses e progresso desta região ”, disse o presidente anfitrião, António Dias Rocha.
A cooperação protocolada pretende estabelecer um conjunto de linhas de orientação que constituirão uma plataforma de colaboração entre todas as entidades, que terá duas fases: A recolha de informação sobre as empresas da região e instituições dos concelhos envolvidos (Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor) e sobre outros recursos disponíveis, bem como a caracterização de dados e indicadores específicos a definidas pelas partes envolvidas; e a apresentação das conclusões do trabalho desenvolvido.
Na primeira fase, as associações comercial e empresarial propõem-se contactar presencialmente todas as empresas suas associadas ou não, bem como recolher informações sobre a identificação e a caracterização da actividade. O levantamento irá abranger outras instituições, como escolas, centros de formação e de investigação, parques industriais, parques de ciência e tecnologia recolhendo informação relevante para a captação de investimento.
A operacionalização da intervenção é coordenada por um responsável de casa uma das associações envolvidas e acompanhada por uma comissão participada pelos quatro municípios.
A previsão para a conclusão das duas fases (recolha e tratamento de dados e apresentação das conclusões) é de oito meses, seis para a primeira e dois para a segunda, com um custo previsto de 75 mil euros, avocando as associações entre si e em partes iguais a repartição de custos e proveitos da iniciativa.
Para o vice-presidente da câmara municipal do Fundão “é um dia histórico porque estamos sentados à mesma mesa mas é também um dia simbólico, Dia da Europa, e somos obrigados a evocar esses valores maiores da cooperação que é o que aqui estamos a fazer. Saudamos as associações empresariais e os municípios que se uniram nesse momento que queremos recordar no futuro como um factor de oportunidade que a região pode construir a partir deste instrumento de inventariação e diagnóstico que permite olhar para as oportunidades desta zona e procurar as respostas para debelar as fraquezas que existam”.
Também para o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, o momento é histórico e “vai procurar criar o cimento que nos vai unir no futuro”. O autarca covilhanense destacou a vontade das associações empresariais para atingir este objectivo mas também dos actuais presidentes das quatro câmaras “bem diferente da postura verificada antigamente que era o de dividir para reinar “ onde as costas voltadas davam jeito para que alguns continuassem a manter os seus feudos, as suas coutadas e quintinhas quando vivemos num mundo globalizado e competitivo. A Cova da Beira não é uma ilha, tem muita homogeneidade e tem um potencial incomensurável em várias áreas da actividade económica”.
Este é um projecto de envolvência territorial “muito interessante” numa área geográfica que, nos últimos anos, tem tido excelentes exemplos de sucesso de empresas em vários domínios “mas tem faltado uma ferramenta essencial para captação de investimentos, que este projecto deve dar: um dossier para apresentar aos investidores nacionais e internacionais”, refere o presidente da Câmara Municipal de Penamacor. Para António Beites é decisivo que a mentalidade se altera na região e se apreenda que o que é bom para um concelho beneficia os outros
“Criar emprego em algumas áreas em Belmonte ajudará garantidamente a Covilhã ou Penamacor e vice-versa. Temos que entender dentro do tecido económico e dentro da apetência que cada município tem, que são muito diferentes, a realidade da região na lógica de investimento. Estamos infelizmente numa zona de decréscimo populacional e conseguimos dar as mãos para projectos comuns, abarcar estratégias conjuntas ou provavelmente termos uma realidade difícil Não é isso que queremos”, defende o edil de Penamacor.
É possível desenvolver projectos comuns e a assinatura do protocolo “é uma prova que contraria algum individualismo que pode, aqui ou acolá, estar a caracterizar o mundo autárquico. As associações empresariais estão aqui para não só apoiar os nossos associados mas para ajudar a potenciar um território e fazer com que ele tenha cada vez mais importância no panorama regional e nacional”, disse o presidente da direcção da ACICF, Carlos São Martinho Gomes.
O DECOBE pode ser o princípio de “um outro tempo para a Cova da Beira. Vamos fazer caminho”, declara o presidente da comissão executiva da Associação Empresarial dos concelhos de Covilhã, Belmonte e Penamacor.
Para Miguel Bernardo, o projecto, que agora se inicia, revela “a capacidade das instituições se entenderem e de valorizar as instituições que estão no terreno e que podem e devem servir de apoio ao trabalho dos municípios. É muito importante juntar as câmaras e as associações e através deste protocolo conseguir que outras estruturas incorporem este Directório. Vamos depositar todo o esforço”, garante aquele responsável.
O representante da AECBP sublinhou ainda como fundamental a adesão das empresas “é uma das responsabilidades que temos. Aquilo que será a plataforma de preenchimento que tenha uma dimensão e uma comunicação institucional de moda a que elas (empresas) possam contribuir para actualizar os seus dados. Esperamos que tenha a adesão dos empresários”, disse.